Muitas pessoas correlacionam anemia e leucemia, e até crêem que uma pessoa anêmica pode tornar-se uma pessoa com leucemia, e estão totalmente enganadas. Anemia e leucemia são patologias atuantes no sangue, mas derivam de fontes diferentes.
Para entendê-las é necessário compreender que na circulação sanguínea temos os seguintes componentes: os glóbulos vermelhos (que são denominados eritrócitos ou hemácias), os glóbulos brancos (que são os leucócitos), as plaquetas (resíduos de grandes células) e o plasma (meio aquoso onde as demais células estão inseridas). O sangue é grande transportador e nutre os tecidos do corpo. Uma das formas de nutrição mais importantes é a oxigenação. Os gases (O2 e CO2) são transportados nos eritrócitos por meio de uma proteína chamada hemoglobina (com certeza você já ouviu falar dela).
A hemoglobina, além de dar a coloração avermelhada ao sangue, é responsável por fixar os gases no eritrócito e permitir o transporte. Agora que entendemos a composição e função das estruturas presentes no sangue, podemos entender mais facilmente o que é a anemia.
A anemia é a diminuição dos níveis de hemoglobina do indivíduo, e não a diminuição dos níveis de eritrócitos. Eles estão lá presentes, o que está faltando é a proteína hemoglobina. Como ela é responsável também por conferir a coloração avermelhada ao sangue, sem ela o sangue se torna esbranquiçado, e o indivíduo pálido (um dos locais mais notáveis é logo abaixo dos olhos). Ela sempre é conseqüência de alguma alteração no organismo, e essa alteração precisa ser investigada para determinar sua causa.
Os principais sintomas da anemia são: fadiga, palidez, falta de ar e palpitações. Suas principais causas (e que definem o tipo de anemia) podem ser por insuficiência de ferro (Anemia Ferropriva), de vitamina B12 (Anemia perniciosa), defeitos genéticos nos eritrócitos (Anemia falciforme) ou ainda por hemorragias ou sangramentos. Há vários tipos de anemia, e muitas vezes a falta de ferro não é a causa, e o diagnóstico precipitado pode induzir a uma intoxicação com Ferro.
Já a leucemia é uma espécie de câncer (neoplasia maligna) que acomete a fonte de todas as células sanguíneas, a medula óssea. É caracterizada por uma produção excessiva de determinado tipo de célula sanguínea na medula óssea, que uma vez inserida na circulação acaba por suprimir as demais células regulares. A leucemia pode ser aguda (de início e evolução rápida) ou crônica (com prognóstico demorado), ou ainda classificada em linfóide (produção excessiva de linfócitos) ou mielóides (produção excessiva de eritrócitos). Em ambos os casos a célula super produzida irá suprimir as outras produzidas normalmente.
Cabe ressaltar que uma anemia (até então) não evolui para uma leucemia. Ambas tem raízes em diferentes situações do organismo, sendo a anemia um indicativo de outra patologia. Já a leucemia pode instalar-se no organismo e ter uma anemia acompanhando-a durante o prognóstico (principalmente em casos de leucemia linfóide, pois os linfócitos em excesso suprimem os eritrócitos e por conseqüência a hemoglobina). Uma pessoa anêmica não pode tornar-se portadora de leucemia por evolução da anemia.
Ambas as patologias precisam ser investigadas quando houver qualquer sintoma presente, pois mesmo a anemia que não é uma grave doença pode ter uma causa em algo que pode tornar-se grave. Cabe ao profissional da saúde executar os exames necessários, fazer o registro do histórico clínico do paciente e entregar a ele um diagnóstico correto, com a verdadeira causa de ambas as doenças, para que o tratamento utilizado seja realmente efetivo. Lembrem-se, nossa missão é garantir a vida e a saúde, buscando métodos corretos para preservá-las. Até a próxima biomédicos!
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