Continuando o processo de montagem das lâminas histológicas, vem então a segunda e conclusiva parte desse processo longo que permite que estudemos melhor órgãos e tecidos.
O material acabara de ser desidratado pelo álcool, para permitir a entrada da parafina. A parafina não é solúvel nem ao álcool nem à água, e agora precisa-se realizar o 5º passo:
5º passo - Clarificação:
Consiste na infiltração do tecido por meio de um solvente da parafina que seja ao mesmo tempo desalcolizante (que permita a entrada da parafina e remova o álcool ao mesmo tempo). O material utilizado neste processo é o Xilol, que também transforma o tecido em um material semi-translúcido (por isso o nome do processo é Clarificação). O material deve também ser mergulhado totalmente no Xilol, durante o tempo relativo as dimensões da peça histológica.
6º passo - Inclusão:
6º passo - Inclusão:
Neste processo, o Xilol é removido e permite-se a impregnação da parafina nos vazios deixados pela água, álcool, gordura e Xilol. Consiste em mergulhar o tecido de forma alternada em duas diferentes soluções de parafina, com temperatura em torno de 56º à 60º celcius (parafina fundida). A peça histológica ficará mergulhada na parafina (em estufa) pelo tempo necessário de inclusão da parafina em toda ela. No fim, as peças são retiradas da estufa e deixadas em temperatura ambiente até que a parafina se solidifique e tenhamos blocos de material histológico prontos para o corte.
7º passo - Microtomia:
7º passo - Microtomia:
É o processo de corte do material incluído na parafina, e é realizado por meio de um instrumento especial, o micrótomo. No micrótomo, a peça é fixada na estrutura denominada "mandril" e seccionada por uma navalha. Os cortes são feitos na medida de micrômetros (a milionésima parte do metro, representada por "µm"). O micrótomo realiza cortes que vão desde 1 até 50 micrômetros, e na microscopia óptica utiliza-se um padrão de 4 a 6 micrômetros. Após a realização dos cortes, o material está pronto para ser colado à lâmina.
8º passo - Colagem do corte à lâmina:
8º passo - Colagem do corte à lâmina:
Para realização da colagem, é necessário remover (totalmente e pela última vez, ufa!) toda a parafina da peça histológica. Para isso usa-se xilol novamente para dissolver a parafina e realiza a hidratção logo após para remover o xilol. A hidratação é feita por meio da imersão em concentrações diferentes de álcool (100% -> 96% -> 90% -> 70%). Após a realização destes processos, o tecido pode ser corado.
9º passo - Coloração:
9º passo - Coloração:
O tecido precisa ser corado, pois in natura eles possuem pouca diferenciação óptica. As colorações são feitas por processos físicoquímicos. Os corantes podem ser divididos em: "Cromatização - Uma cor", "Bicrômicos - Duas cores", "Tricrômicos - Três cores" e "Policrômicos - mais de três cores".
Os corantes mais utilizados em histologia são a Hematoxilina e a Eosina. O mecanismo de ação destes dois corantes é o seguinte: a Hematoxilina é um composto básico e por isso reage com o núcleo (que é em sua essência ácido, lembre-se dos ácidos nucléicos) e torna-o de coloração azul púrpura. Já a Eosina que é um composto ácido reage com o citoplasma (em sua essência é básico) tornando-o de coloração rósea-vermelha.
Em alguns tecidos pode ocorrer um processo denominado de metracomasia, que é a alteração da cor do corante original, consequência de macromoléculas eletronegativas que promovem a polimerização e a mudança de cor.
10º passo - Montagem:
Os corantes mais utilizados em histologia são a Hematoxilina e a Eosina. O mecanismo de ação destes dois corantes é o seguinte: a Hematoxilina é um composto básico e por isso reage com o núcleo (que é em sua essência ácido, lembre-se dos ácidos nucléicos) e torna-o de coloração azul púrpura. Já a Eosina que é um composto ácido reage com o citoplasma (em sua essência é básico) tornando-o de coloração rósea-vermelha.
Em alguns tecidos pode ocorrer um processo denominado de metracomasia, que é a alteração da cor do corante original, consequência de macromoléculas eletronegativas que promovem a polimerização e a mudança de cor.
10º passo - Montagem:
Com o material aderido à lâmina e corado, basta por fim desidratá-lo (com doses crescentes de álcool), banhá-lo no xilol. Por fim, a lamínula é fixada sobre a lâmina com um produto denominado Bálsamo de Canadá, que além de fixar as duas cria sobre o material histológico uma proteção (como se fosse uma camada de esmalte).
Após todos estes complexos processos de imersão e retirada, inclusão e desidratação, a lâmina histológica estará pronta. E se tudo tiver dado certo, ela poderá ser usada no estudo e no diagnóstico de diversas patologias. Cabe ressaltar que laboratórios mais modernos possuem maquinário que automatizam todos os processos citados, mas é interessante conhecê-los e até mesmo aplicá-los na prática para conhecer o processo de preparação da lâmina. Histologia é uma das minhas ciências favoritas na Biomedicina, e o estudo e diferenciação dos tecidos pode parecer complicado à primeira vista, mas é extremamente interessante!
Após todos estes complexos processos de imersão e retirada, inclusão e desidratação, a lâmina histológica estará pronta. E se tudo tiver dado certo, ela poderá ser usada no estudo e no diagnóstico de diversas patologias. Cabe ressaltar que laboratórios mais modernos possuem maquinário que automatizam todos os processos citados, mas é interessante conhecê-los e até mesmo aplicá-los na prática para conhecer o processo de preparação da lâmina. Histologia é uma das minhas ciências favoritas na Biomedicina, e o estudo e diferenciação dos tecidos pode parecer complicado à primeira vista, mas é extremamente interessante!
demais, parabéns.. super completo!!
ResponderExcluirThiago, obrigado pelas duas postagens simples e extramente didáticas, expondo etapas que não são, em alguns livros,sequer citadas. Obrigado, mais uma vez!
ResponderExcluirótimo.... Parabens!
ResponderExcluirobrigado, me ajudou ! ow my God, thanks job
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